Já é “batida” na sociedade a idéia do perigo que representa ingerir bebida alcoólica e dirigir. O que as pessoas ainda não entenderam é que elas fazem parte da sociedade, e podem ser tanto culpados quanto vítimas da falta de consciência dessa combinação potencialmente fatal.
O Brasil ocupa o 5° lugar com maior número de mortes no trânsito no mundo. E o álcool é um dos fatores mais importantes responsáveis por essa triste realidade.
O álcool é uma substância psicoativa que pode alterar percepções e comportamentos, aumenta a agressividade e diminui a atenção. Uma dose (uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou meio copo de whisky) corresponde a aproximadamente 12g de álcool. Um adulto médio (homem de 70kg e mulher de 62kg), consumindo 2 doses de álcool, atingirá uma alcoolemia (dosagem de álcool no sangue) entre 0,3 e 0,5 g/l (lembrando que, caso flagrados dirigindo acima da concentração de 0,6g/l, será considerado crime, tendo o condutor que pagar multa, terá sua permissão para dirigir suspensa por 1 ano e poderá responder a processo penal.
Estudo recente no Brasil mostrou que 38% dos condutores dirigiam, naquele momento, sob efeito do álcool. O risco de acidentes para condutores com alcoolemia entre 0,2-0,5 (2 doses) é até 4x maior que um condutor sóbrio. Esse número aumenta para 10x o risco de acidentes, caso o condutor tenha ingerido 3-4 doses de álcool.
O álcool causa inúmeras alterações que prejudicam a direção: diminuição da habilidade de enxergar luzes em movimento, falha na atenção dividida, falha na percepção de distâncias, coordenação motora prejudicada, superestimação da habilidade em dirigir, prejuízo da visão periférica, entre outros.
Em relação à punição, é importante destacar que há, de acordo com a dosagem de álcool na ar expelido (etilômetro, mais conhecido como “bafômetro”), sansões administrativas e penais: caso o condutor tenha constatado no bafômetro medida maior que zero e menor que 0,34mg/l, sofrerá sansões administrativas (multa, apreensão do veículo e suspensão do direito de dirigir por 1 ano). Caso o valor seja maior que 0,34mg/l, será considerado crime, e além das sansões administrativas poderá sofrer processo penal.
Uma queda na mortalidade no trânsito foi observada em 2008 (ano da implantação da Lei Seca), porém esse número voltou a crescer ano após ano (tendo como provável causa o relaxamento da população em relação a Lei). Intervenções efetivas (como suspensão da carteira, monitoramento obrigatório dos motoristas flagrados sob efeito do álcool, blitzes mais frequentes, aumento das penalidades para os condutores alcoolizados, fiscalização no cumprimento das leis, campanhas de mídia e meios de comunicação aliadas a políticas de enfrentamento) podem reduzir em até 62% o número de vítimas fatais em acidentes relacionados ao álcool.
E o mais importante: a conscientização que não há concentração de álcool segura para condução de veículo automotor. A alcoolemia zero é o único padrão proposto de dirigibilidade sem riscos.
Faça sua parte! Divulgue a informação, encoraje seus amigos a não dirigirem embriagados. Dê exemplo. Exija uma maior fiscalização. De nada adianta reclamar das mortes, e não colaborar para que esse quadro mude. Seja a mudança que você quer para a sociedade.
Álcool e direção, não. Salve vidas… a sua e a dos outros.