Já é usual escutarmos frases do tipo “todos descendemos dos macacos”, ou “viemos todos do mesmo lugar”. Outro jargão é o “todos somos filhos de Deus”.
Apesar disso, o mundo tem se tornado cada vez mais “seletivo”. Ou melhor, os seres “pensantes” aqui inseridos tem cada vez mais tabulado os seres em categorias: Brancos e não brancos. Ricos e pobres. Hetero e homossexuais. Homens e Mulheres. Católicos e não católicos (vale também para outras religiões). Entrada por cotas e não cotas. Petistas e não petistas.
Não estou aqui para fazer apologia ou segregar qualquer culto/inclinação política/preferência de ninguém, essa é exatamente a crítica do texto.
Em um mundo que se auto intitula cada dia mais moderno, mais “cabeça aberta”, mais tolerante, é inegável o crescente preconceito que nos atinge.
Pré (antes), conceito (conceptus=resumo), ou seja, uma opinião formada precipitadamente, sem termos o conhecimento necessário ou ponderação.
Há uma banalização dos conceitos. Cada um, com suas teorias de “livre arbítrio”, julga poder fazer o que bem entender. A era da tecnologia, do whatss app e facebook, tem tornado seus usuários “expectadores e palpiteiros da vida alheia”, como se não houvesse nada mais importante a fazer com sua próprias vidas.
Isto posto, peço que reflita:
QUEM É VOCÊ?
Não me refiro ao seu nome. Isso foi uma combinação feliz (nem sempre) que seus pais acordaram para que pudessem em uma palavra externar todo sentimento de amor e carinho. Mas seu nome não é quem você é.
Não me refiro de onde vem, quais suas origens. Foi realizado um estudo com pessoas de todo mundo. Europa, Ásia, África, Américas. Enfim, todos os cantos do planeta. Entrevistaram as pessoas, e alguns foram preconceituosos com outros povos e nacionalidades. Foi então realizado um teste de DNA para avaliar a genealogia, e descendência genética de cada um. Comprovou-se que somos uma mistura de várias etnias, somos todos uma mistura de genes, ou seja, “farinha do mesmo saco”.
Não me refiro à sua profissão. Isto é o que você faz, não o que você é. É seu ganha-pão, é a escolha que você fez para conseguir sucesso (e para, de alguma forma, ajudar as pessoas, se sua ganância permitir).
Não me refiro à sua aparência. Isso não é quem você é. Embora seja importante sentir-se bem consigo mesmo, faz parte do bem estar, seu corpo físico é somente uma “carcaça” usada nessa existência. Grosseira, perecível, finita.
Não me refiro à sua religião. E não importa qual religião você segue, não há a melhor religião. A melhor é aquela que te torna uma pessoa melhor, que te faz ser melhor aos outros e a você mesmo. Mas isso é no que você acredita, não quem você é.
“Quem é você?” tem haver com seus princípios. Seus ideais. Suas idéias (e práticas). Tem haver com sua índole, moral e caráter. “Quem é você?” tem relação com seu legado, com sua contribuição. O que você tem feito para melhorar (você e o mundo)?
Tem reclamado de problemas do corpo físico, mas não tem cuidado da saúde.
Se intitula sem preconceitos, mas não reconhece em você os inúmeros que existem.
Vai à passeata contra a corrupção, mas não hesita em “furar a fila” ou “dar um jeitinho”.
Fica indignado com a violência, mas dirige sob efeito de álcool, colocando em risco a sua vida e a dos outros.
Aponta as dificuldades e problemas alheios, mas não é humilde o suficiente para reconhecer os seus (e procurar ajuda).
Isso não significa que sua vida, ou você, é uma pessoa ruim. Somos todos humanos, imperfeitos, passíveis de erro. O que não que dizer que podemos ser hipócritas ao ponto de não melhorarmos nossos defeitos.
O que tem feito pelo bem do mundo?
Que legado tem deixado até agora? (que lembranças terão de você?)
Está fazendo sua existência valer a pena?
Pense sobre isso. Reflita. E coloque em prática o melhor que puder (e certamente vai poder melhorar sempre). E levando em conta que o que importa é o amor e caridade, pense nos seus atos e responda com sinceridade:
QUEM É VOCÊ?